Quadra da Escola Godinho: uma novela sem fim

Comunidade escolar abraça a quadra do Godinho em 2016.
Foto: Marcelo Machado

Com quase sessenta anos de fundação, a Escola de Educação Básica Professor Alexandre Sérgio Godinho, em Biguaçu, ainda não tem uma quadra coberta para atividades de educação física dos alunos.  Este problema já foi tratado na matéria Áreas de educação física na Escola Godinho: falta de infraestrutura”, produzida no ano de 2015, pelas alunas Ingrid de Espíndola Manoel e Júlia Carolina da Silva, na época, estudantes do 8º ano e participantes do PENOA.

No final desse mesmo ano, 2015, foi iniciado o trabalho de cobertura da quadra pela empresa ESE Empreiteira, mas, infelizmente, a obra não foi concluída. Segundo a diretora da escola, Tatiane Forti de Araújo, a construtora “ficou sem receber o pagamento e teve problemas no contrato”, por isso, as obras foram paralisadas. Por causa desse trabalho inacabado, a quadra ficou por mais de um ano e meio interditada e as aulas de educação física tiveram que ser realizadas no estacionamento, causando transtornos para os alunos, professores e demais funcionários da escola.

Como se não bastasse o longo tempo de espera pela cobertura da quadra, o incômodo por realizar as atividades de educação física entre os carros dos funcionários, a comunidade escolar do Godinho tem que conviver com a frustração de ficar com esse espaço da escola pior que era antes.

A professora de educação física, Cleide Junckes, que trabalha na escola há mais ou menos quinze anos, é também uma das pessoas que têm que dar aulas em outro espaço durante este período em que a quadra está interditada. Para ela, tem sido complicado trabalhar nesse outro local, “por ser um estacionamento de carros e totalmente impróprio para a prática esportiva”, pois se trata de um terreno irregular e com materiais como brita e areia.

Por iniciativa dos próprios alunos da Escola Godinho, este problema foi denunciado na imprensa da Grande Florianópolis. Tal denúncia resultou na produção de uma reportagem para o programa Balanço Geral, da TV RIC RECORD, veiculada em dezembro de 2016, na qual chamava a atenção para as autoridades a existência desse problema.


   
Já que a construção da cobertura não foi possível, a luta da escola passou a ser pela liberação do local como era antes, luta essa que durou mais de um ano. De acordo com a professora Tatiane Forti, essa demora para a liberação aconteceu porque não tinha certeza de que o espaço da quadra estaria seguro para ser usado pelos professores e alunos.

Segundo a professora Edna Teresinha da Rosa, o Conselho Deliberativo da Escola Godinho atuou cobrando e apoiando a direção da unidade escolar pela liberação da quadra. Desde 2016, foi enviada pelo Conselho, uma vasta documentação para a promotoria pública, “que posteriormente, encaminhou para a promotoria da infância e ficou de cobrar da Secretaria de Educação”, mas, de acordo com a própria professora Edna, essa cobrança não teve resposta. Ela ressalta que a mudança das aulas de educação física para o pátio para poder liberar o espaço da quadra para a reforma (que não aconteceu) alterou toda a rotina da escola.  A professora Edna destaca também que, no final, o dinheiro foi gasto na obra, não foi feito nada e a quadra ficou em piores condições.

Depois de muita insistência da escola, no mês de agosto, o espaço da quadra foi liberado para as atividades de educação física. Porém, em setembro, teve que ser interditada novamente por causa do surgimento de uma cratera no local, cujo reparo seria de responsabilidade da Prefeitura de Biguaçu. Esse trabalho só foi iniciado no começo de novembro, depois de mais de quarenta dias de espera e, até o dia 14/11, não havia sido concluído. 
  
Ao ser questionada sobre a sensação de estar há quase dois anos sem poder usar a quadra de esportes por causa de uma obra que não aconteceu e ter que voltar a usá-la do jeito que era antes (ou pior), a professora Cleide responde que é simplesmente “revoltante”.
Segundo a diretora da Escola Godinho, Tatiane Forti, no momento, ainda não há nenhuma previsão das obras da quadra serem retomadas para colocar pelo menos a cobertura. Enquanto isso, alunos e professores da Escola Alexandre Sérgio Godinho continuarão realizando suas aulas de educação física debaixo de sol ou de chuva, em um local inadequado com barro, areia e brita, além dos carros dos professores e outras inconveniências.  

Nota: No dia 28/11/2017, quando fechávamos esta matéria, uma equipe da Prefeitura de Biguaçu fez os os reparos na galeria de saneamento que passa no local da quadra da Escola Godinho e no dia seguinte, 29/11, o espaço foi liberado mais uma vez para as atividades de educação física. 

Reginaldo Amorim de Carvalho
Professor-orientador

Colaboradoras:

Larissa Theodoro
8º Ano - PENOA

Djenifer da Costa Anacleto
8º Ano - PENOA


Suellen da R. Pereira
8º Ano - PENOA

Escola Alexandre Sérgio Godinho

Situação da quadra do Godinho em 2016.
Foto: Marcelo Machado

Pessoal da Prefeitura de Biguaçu  fazendo reparo
na rede de saneamento sob quadra. Novembro/2017.
Foto: Juliana de Oliveira/8º Ano - PENOA
Rede de saneamento estourada no local da
Quadra no Godinho. Novembro/2017.
Foto: Karina  Miranda

Foto: Juliana de Oliveira/8º Ano - PENOA

Crianças do Ensino Fundamental I
na aula de Educação Física,
no período vespertino. Novembro/2017.
Foto: Juliana de Oliveira/8º Ano - PENOA

Foto: Juliana de Oliveira/8º Ano - PENOA
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Sobre Prof. Reginaldo Amorim

Professor de Língua Portuguesa e Literatura da Escola Emérita Duarte - Cívico-Militar. Mestre e doutorando em Linguística pela UFSC.
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