Fonte da imagem: http://pexinhoo.tumblr.com/ |
A garota acordou naquela casa pequena cercada de muros de
cimento, onde o sol quase não batia e a brisa se dava o trabalho de secar as
roupas que estavam penduradas no varal. Quarto escuro e só uma pequena parte da
claridade da manhã (quase tarde) batendo na janela do quarto (quase) escuro e
pequeno anunciando que era dia. Ela não tinha a mínima vontade de levantar, se
virou para um lado enrolada no cobertor azul. Imaginava diversas situações.
Realmente, gostava daquele tempo sozinha. De repente, alguém abre a porta e
fala: “Acorda, já está tarde, eu já estou fazendo o almoço! Daqui a pouco você
tem de se arrumar!”.
A garota apenas respondeu com um “uhum” e um “tá” e voltou para seu mundo. Ela,
depois de um tempo, se levanta. No assoalho de madeira frio naquela escuridão,
ela olha seu cabelo bagunçado no espelho. Não queria ter de sair do seu mundo
para ir a um lugar que era um ciclo de pessoas que concordavam com tudo que a
sociedade ditava. Imagina diversas coisas, não está mais nem preocupada como o
mundo vai ficar. Afinal, ela acha que não tem como ficar mais podre que isso.
Pega sua roupa e vai ao banheiro, não importa o quanto
gritassem com ela. Só sairia de lá quando terminasse seus inúmeros pensamentos.
A água quente escorria pelo seu corpo espairecendo todos os pensamentos
negativos. Quase dormindo novamente, ela desliga o chuveiro quando ouve sua mãe
já irritada gritando para sair dali. Um suspiro, dois pensamentos, várias
ideias. . . Veste sua roupa e sai do banheiro. O relógio já marca 12:42 h, não
daria muito tempo de se sentar à mesa e almoçar. Como seus irmãos não moram
mais ali e seu pai está no trabalho, apenas ela e sua mãe ficam em casa. Ela se
senta à mesa comendo rapidamente, ignorando algumas reclamações e broncas da
sua mãe. Cama arrumada? Não! Deveres feitos? Não! Algumas coisa em ordem? . . .
Enfim, ela pega sua mochila e seu celular colocando seu fone de ouvido. O
caminho para a escola parecia mais longo, as árvores pareciam rir dela. Tudo
bem, ignore e continue ouvindo suas músicas. Depois de uns 10 minutos de
caminhada, que pareciam uma eternidade, finalmente, chega ao seu colégio.
Depois de muitas broncas de professores e aulas que pareciam infinitas, enfim,
pode sair dali. Encontra muitas pessoas diferentes que zombavam dela.
- Ei, você, garota!
- Hum? O que foi?
- Hahaha! Que roupa é essa?! Não teve tempo de se olhar no espelho não?
Ela ignorou e continuou andando. Sabia que o que importa não
é a aparência e sim o interior. Se abrirmos o ser humano e pegarmos todos os
ossos de seu corpo não conseguiremos dizer qual a diferença. Somos iguais. Pelo
menos essa era a visão dela.
Finalmente, o sinal da saída bate. Ok, hora de ir embora. Com
certeza, o pessoal do colégio já havia ligado para sua casa avisando que ela não havia
feito nada na sala de aula. Ok. Mais alguns minutos e finalmente em casa: mais
broncas de sua mãe. Ela via seu pai chegar com o carro pela fresta de cimento
que havia no muro de concreto, que quase não se via o lado de fora. Seu pai
gritando besteiras no celular, provavelmente, o stress do escritório ou uma besteira que um funcionário havia
feito. Já de cabeça quente como sempre, ele entra em casa gritando, sua mãe
também retribui com gritos mais altos. Uma discussão que ela não se importa
mais, pega seu celular e coloca em sua música preferida. Eles acham que sua
filha não percebe. Por enquanto, ela acha melhor continuar com o seu fone de
ouvido fingindo que não sabe de nada até adormecer. Afinal: é só mais um dia,
não é mesmo?!
Ana S. Bragança
7º Ano, Turma 72 - PENOA
Escola Alexandre Sérgio Godinho
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