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| Fonte da imagem: https://www.a1.ro/ |
Alguns anos atrás, sofri bullying e, obviamente, não gosto muito
de falar sobre isso. Na época, eu tinha apenas quinze anos de idade e estava no
1° ano do ensino médio. Tudo começou no meu primeiro dia. Estava na minha
primeira aula, quando percebi que um grupinho de garotas estava olhando para
mim de uma forma sarcástica e falando baixo entre si.
Não sei se era por causa da
maneira de me vestir ou do meu cabelo, que realmente era bem louco, mas eu
gostava. Afinal, ele era preto com mechas verdes. Estas são minhas cores
favoritas. No final daquele mesmo dia, estava voltando para casa e vi meu pai,
que era professor daquela escola, com uma das garotas que estava no meio
daquele grupo de meninas. Fiquei muito espantada porque eu sabia que ele traía
minha mãe, mas não com uma garota da minha idade que até poderia ser filha
dele. Naquele momento, fiquei parada com a minha bicicleta, porque não sabia se
falava alguma coisa ou iria embora dali.
Simplesmente não aguentei
ficar olhando aquela cena e montei na minha bicicleta e sai o mais rápido
possível. Cheguei em casa, minha mãe estava a fazer o jantar. Fui rapidamente
para o meu quarto, deitei sobre minha cama e comecei a chorar.
Pouco tempo depois, minha
mãe me chama para o jantar. Todos estavam sentados à mesa sem falar uma
palavra. Minha casa, nesse momento, estava uma bagunça só. Meus pais estavam a
brigar e meu irmão estava mexendo no celular escutando música com o som
estrondoso. Tudo o que eu conseguia fazer era ficar quieta sem falar nada.
Algum tempo foi assim em todas as refeições.
Então, fui para o meu quarto, deitei na minha
cama para tentar dormir um pouco, pois teria aula amanhã cedo. Porém, não
consegui. Pois, eu não conseguia tirar da minha cabeça a imagem do meu pai com
aquela garota. E nem das meninas que
haviam cochichado sobre mim.
Como eu não conseguia dormir, desci até a
cozinha para tomar um copo de água. Chegando lá, abri a geladeira e vi algumas
cervejas que, com certeza, eram da minha mãe. Afinal, ela era uma alcoólatra.
Quando terminei de beber um copo cheinho de água fui para meu quarto. Eu estava
subindo as escadas quando escutei meus pais discutindo na sala, o que foi
horrível, pois minha mãe não parava de tacar garrafas de cerveja na porta. Mas,
continuei subindo as escadas, porque naquele momento não queria escutar mais
nada.
Pouco tempo depois, escuto
uma buzina. Eram alguns colegas do meu irmão que vieram buscar ele para uma
festa. Quando viram um carro se aproximar com o giroflex ligado, arrancaram rapidamente.
O carro era da polícia que estavam fazendo ronda pelo bairro onde morávamos.
No dia seguinte, levantei
exatamente às seis horas da manhã para tomar um banho e ir para a escola.
Pensei que tudo seria melhor no segundo dia de aula. Até passei um brilho
labial para me sentir mais como as outras garotas da minha idade. Sei que eu
não queria ser igual a elas, mas também não queria ser a “DIFERENTONA” como
dizem. O meu dia foi exatamente como os outros: simplesmente um tédio e nada
havia mudado. As garotas continuavam a falar de mim e meu pai traindo minha
mãe.
Grazielly de Oliveira
Domingos
Kellen Rose Brandão Sátiro
7º Ano, Turma 73 – PENOA
Escola Eloíza Maria
Prazeres de Faria

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