Tudo errado, mas não tudo

Fonte da imagem: https://3.bp.blogspot.com

Era a festa errada, ou não? Era o dia errado, ou não?

Melissa estava indo para uma festa a sua faculdade, era tudo normal, pessoas dançando, bebendo, conversando... Mas, Melissa não contava ter sua água "batizada" por alguns meninos babacas. Se era uma droga, Mel não sabia, só percebeu sua visão embaçando e sua tontura quando era tarde demais.

No dia da festa, mais uma vítima para as pessoas, mais um número para o governo. Os meninos babacas, criminosos. Melissa foi estuprada, seu corpo violado.

Acordou em um motel, sozinha, violada. Saiu cambaleando pelo quarto, seu celular e outras coisas Sumiram. Sabia o que tinha acontecido, mas como ia contar para seus pais? A culpa não era sua, era? As palavras: "Como eu deixei isso acontecer?" não saiam da sua cabeça.

Chegou na recepção e logo pediu para telefonar.
- Pais. Vou ligar para os meus pais - disse ela enquanto a recepcionista só a olhava.
Assim que ligou, o medo subiu pelo seu estômago. Seu pai atendeu.
- Alô.
- Pai, pai.
- Melissa, onde você está?
- Pai, socorro!
-O que houve?
Assim que Melissa falou o que acontecera, o seu pai desligou. Esperou, mas ele não apareceu. Ela tentava ligar, mas ninguém atendia. Sabia o que tinha acontecido, não tinha mais casa. Porém, uma amiga a acolheu com muito prazer e a ajudou a arrumar emprego e a continuar a faculdade.

Em um certo dia, Melissa descobriu a gravidez, foi um choque, mas decidiu ficar com a criança, mesmo sendo fruto de estupro. Foi uma correria, estudos, trabalho, estudos, trabalho. O tempo foi passando e a barriga de Mel foi crescendo, assim como sua responsabilidade. Até que o grande dia chegou, ou melhor, uma linda garotinha chegou. Carolina é o seu nome. Depois disso, sua vida virou uma maratona pior do que já era. Além dos trabalho e estudos, tinha uma filha pequena para cuidar.

Apesar de seus pais terem literalmente sumido de sua vida, isso não preocupou mais a Melissa. Ela se formou, se especializou e, hoje, é chefe da pediatria de um hospital. Sua filha, Carolina, tem doze anos. Elas moram numa casa em um bairro nobre em São Paulo.

Hoje, Melissa tem orgulho de si mesma, principalmente porque superou tudo o que lhe ocorreu.

Vitor Castilho Córdova
1º Ano - Ensino Médio Inovador - EMI

Escola de Ensino Médio Profª Maria da Glória